28 maio 2009

A morte banalizada

Quem estiver atento à secção das "ocorrências" do "Notícias", verificará a frequência alarmante com que surgem notícias como esta: "Um corpo sem vida e em estado avançado de decomposição foi encontrado nas primeiras horas de ontem no bairro de Luís Cabral, na cidade de Maputo. (...) presume-se que o malogrado tenha sido vítima de ofensas corporais, dado os ferimentos que o corpo apresentava".
Adenda: a morte tornou-se banal na periferia da cidade de Maputo. E, regra geral, não se conhece a identidade do morto.

10 comentários:

Anónimo disse...

Quando a ANORMALIDADE em que vivemos assume as proporções a que assistimos, acabamos, naturalmente, por considerá-la NORMAL ... vão-se os valores!

Homem = "animal de hábitos".
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Anónimo disse...

o que sao valores?
compra-se algo com esses valores?
ensina-se na escola?
tinhamos valores?
porque se estao a ir?

Anónimo disse...

Meu caro,

Entendo que não podemos baixar os braços e, com um sentimento de impotência/ conformismo, assumir a Anormalidade como Normal, como parece implícito nas tuas interrogações seguintes:

1. O que são valores?: são CONVENÇÕES que a sociedade adopta para serem respeitadas pela população de determinado território, a coberto da Lei Mãe, a Constituição de Républica.

> Entre outras coisas, em Moçambique está convencionado o direito à vida! Ninguém tem o direito de tirar a vida a outro, nem o próprio Estado (não temos pena de morte)

2.Compra-se algo com esses valores ?: não se compra (nem tudo tem que ser negócio) mas ganha-se dignidade e a vivemos de cabeça levantada e consciência tranquila.

3. Ensina-se na Escola ?: Está convencionado que assim seja, o respeito pela família, pelo próximo, pela Pátria, faz parte dos programas (se por diferentes razões nem sempre é bem ensinado, é outra estória)

4. Tinhamos valores?: tinhamos e temos, começamos a consolidar valores desde que nascemos; na família, na escola, no emprego, logo. Não vejo a questão como valores (dos tempos) do tempo colonial e valores actuais: vejo como valores que emergem da Constituição em vigor.

5.Porque se estão a ir: porque, no meu entender, como diz o Povo,

"saco vazio não fica de pé"!

> Abaixo de determinado nível de bem estar, entramos na faixa da SOBREVIVÊNCIA, tornamos-nos potenciais delinquentes, marimbamo-nos para os valores!

> Solução: políticas económicas e sociais realistas!
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AM

Anónimo disse...

obrigado AM.

nao sabia que valores sao CONVENCOES!

1-entao nao deviam chamar-se valores, nao 'e?
vamos chamar de CONVENCOES!
assim fica bem.

2- bonita resposta.

3-afinal tem outra estoria tambem?

4-ahh, voce ve?

5- voce tambem entende!

solucao apresentada parece boa!

aprendi?

Anónimo disse...

Meu caro,

Em termos práticos um País equipara-se a uma grande empresa cujas regras de funcionamento (direitos e deveres = VALORES) se CONVENCIONAM/ acordam nos Estatutos (Constituição).

Podemos optar por seguir ou não VALORES de outras "Biblias", mas não podemos deixar de respeitar e de lutar pelos valores que CONVENCIONAMOS para a vida em sociedade.
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AM

Anónimo disse...

ja me perdi outra vez,

valores sao regras de funcionamento? direitos? deveres? e CONVENCOES? que CONVENCIONAMOS? de outras biblias??!!!

assim valores monetarios seriam convencoes monetarias, regras de funcionamento monetario, direitos monetarios, deveres monetarios e convencoes monetarias que CONVENCIONAMOS???? usando a biblia do ministerio de financas???

ta confuso!

Obrigado AM por tentar!
AUTOESTIMA tambem era assim, dicursava-se mas, nao se sabia o que era!!!

Anónimo disse...

Meu caro,

Ta confuso, de facto: seja positivo, BRINDE-NOS COM O SEU CONCEITO DE VALORES.
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AM

Anónimo disse...

pergunte ao ministro de educacao.

ele tem essa responsabilidade.

nao eu.

ele devia ter garantido que voce tivesse aprendido na escola.

eu nao defino politicas educacionais nem CONVENCIONO CONVENCOES!

ate mais, foi um prazer te conhecer AM.

Anónimo disse...

Meu caro,

BEM SEI QUE, cito: “... crise da educação e dos valores é a principal causa da actual situação crítica: a educação implica "a formação integral da pessoa humana" e não apenas da sua dimensão cognitiva, e, nesse sentido, passa pela formação moral dos jovens para o exercício pleno e responsável da cidadania."

" A crispação social revela "falta de educação": os políticos exercem a sua actividade em função do seu sucesso e não como "vocação de serviço", os magistrados violam o segredo de justiça, e os meios de comunicação social aproveitam essa violação para submeter as "vítimas" ao "tribunal popular".

" A solução das crises passa pela aprendizagem dos valores na escola e pela "construção da paz" assente em quatro pilares: a verdade, a justiça, a liberdade e o amor. “

As crises como a que vivemos – económica e social – têm causas objectivas e a sua superação deve ser assumida pelos indivíduos e pelas entidades sociais envolvidas, ou seja, por todos nós!

Não devemos tomar a atitude cómoda de meros espectadores críticos: somos parte da solução! É esta atitude mental, estes VALORES (enfrentar os problemas, ajudar a removê-los e não apenas contorná-los), que importa assumir e priorizar.

Em Moçambique (Estado de Direito) há VALORES implícitos na CONSTITUIÇÃO como o direito à vida (QUE ESTEVE NA ORIGEM DESTA TROCA DE COMENTÁRIOS)à educação, saúde, emprego, habitação, etc., que não estão a ser assegurados: o primeiro passo para a recuperação de valores passa pela exigência de cumprimento das Leis (Convenções).

 FINALMENTE: gostaria que nos tivesse brindado com o seu, certamente, DOUTO conceito de Valores, que nos tivesse dado a oportunidade de também apreendermos de Si. Preferiu ficar-se pelos ??? e remeter os esclarecimentos para o ministro da educação. Está no seu direito!

 Muito obrigado. Até mais. Tudo de bom para Si.

Anónimo disse...

Socorri-me do meu velhinho dicionário da Porto Editora, 3ª Edição (muito corrigida e aumentada) onde encontrei, entre outras as seguintes definições de Valor:

1. Valor intrínseco: valor real, independente de quaisquer condições.
2. Valor extrínseco: valor dependente de uma convenção, e geralmente superior ao intrínseco.
3. Valor real: valor do metal de que se faz a moeda, independentemente do que a cunhagem lhe atribui.
4. Valor nominal: valor facial ou que consta de qualquer título, e que pode ser superior ou inferior ao valor real.
5. Valor estimativo: valor que se calcula pelo apreço ou estima em que se tem um objecto.

Felicito ambos pela cortesia: também um valor!

JP