27 abril 2007

Sobre a preguiça moçambicana


O presidente da República dedicou tempo a falar da preguiça dos Moçambicanos na sua viagem pelo centro-norte do país. Essa preguiça é grandemente responsável pela nossa pobreza - afirmou. Leia, agora, a crónica do jornalista Fernando Lima no "Savana" de hoje, 27/04/07, p. 7.

2 comentários:

Bayano Valy disse...

Os preguiçosos não são preguiçosos em chamar aos outros de preguiçosos. Trata-se de uma simples fuga-em-frente. Este presidente "fala sem consequências". Onde é que está a Iniciativa Presidencial de Luta Contra o HIV e SIDA? Onde é que estam no seu discurso palavras como "auto-estima", "temos que correr", entre outras. Talvez passará da história de Moçambique como o presidente que mais boas intenções teve - mas como sabemos, de boas intenções o inferno está cheio. Todavia, não passaram de intenções. O que esse presidente conseguiu fazer foi revitalizar a Frelimo, mas o Estado continua no seu estado estacionário.

Este presidente por muito tempo escudou-se por detrás dos seus homens, ie, quando algo sai errado analistas correm a dizer que foi o ministro do sector, e não o presidente. Penso que temos que aplicar a nova estratégia da educação onde se responsabiliza o professor pelo insucesso dos seus alunos: os ministros erram e em última instância a responsabilidade recai sobre quem os nomeou. No fim do mandato, o povo não vai votar nos ministros mas no presidente.

Anónimo disse...

Congratular ao Fernando Lima pelo excelente artigo que nos apresenta!

O problema da preguiça com certeza que não reside nas zonas rurais. Os nosso camponese, mesmo trabalhando com enxada, são responsáveis pela produção de cereias e feijões que abastecem o pais todo e alem fronteiras. Sao responsaveis pela producao de tabaco e algodão que o país de tanto se orgulha! Os camponeses nao merecem o que foi dito pelo presidente, é um autêntico insulto!

Os preguiços estão nos ministérios e na presidência da República! Falam e pouco fazem....Cadê os tractores para impulsionar a agricultura? O que foi feito com os 7 milhões de meticais alocado aos distritos? Alguns tractores comprados com esse fundo ficam parqueados eternamente em casa dos administradores! A preguiça está enraizada nas instituiçoes do governo do presidente Guebas, onde os funcionários, pagos pelo feijão que vem de Naúela, Lioma, Malema e Mulumbo, passam a vida a jogar cartas e bisbilhotar...

Será que o presidente perdeu o norte? Cadê o seu discurso vibrante, triufante? O problema dos camponeses não é preguiça. O problema dos camponeses é o desalento em relação a um Governo incapaz de resolver os seus problemas; O problema dos camponeses é viver na angustia e na sombra de promessas infinitas; O problema dos camponeses é ver o seu feijão a ser comprado por intervenientes que usam o dinheiro do estado para expecular e os roubar.

Os camponeses deste país devem merecer um tratamento diferente! Merecem respeito porque são os verdadeiro soldados da luta contra a fome.